quinta-feira, 18/abril/2024
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Até quando pagaremos com vidas ?

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Tenho acompanhado a cobertura da imprensa mato-grossense quanto aos assuntos relacionados ao desenvolvimento de Mato Grosso.

Na semana passada, a convite da Câmara dos Vereadores de Campo Novo dos Parecis, participamos de evento sobre o Macro Zoneamento daquele município, ocasião na qual proferimos palestra sobre o processo de Desenvolvimento Sustentável do município e daquela macro-região.

Ao retornar do município, por volta das 17h, fomos informados pelo motorista que não poderíamos seguir por Barra dos Bugres, pois havia ocorrido um grave acidente entre um ônibus e uma carreta carregada de algodão com mortos e feridos – (objeto de notícias na mídia) – e então seguimos via Guia, e ao chegarmos próximo de Cuiabá, outro acidente nos obrigou a ficarmos parados por mais meia hora.

Acredito que estes dois acidentes não são mera coincidências, mas sim produto das péssimas condições de tráfego nas nossas estradas e o aumento do fluxo nestes últimos anos, sem que a nossa infraestrutura rodoviária acompanhasse esta expansão em termos quantitativos e qualitativos.

Isto está relacionado com os temas que tratamos em Campo Novo, pois a produções de commodities em nosso estado cresce e sustenta em grande parte a balança de pagamento do país (o superávit de Mato Grosso em  2012 totalizaram US$ 12,3 bilhões, 63% do superávit nacional, que foi de US$ 19,5 bilhões).

Em 2013, no período de janeiro a julho, enquanto a balança comercial brasileira amargou um déficit de US$ 3 bilhões, a de Mato Grosso apresentou superávit de US$ 7,5 bilhões. Isso significa que, sem a contribuição do Estado, o déficit nacional ultrapassaria o valor de US$ 10 bilhões).

Além das exportações, Mato Grosso já funciona como um celeiro de alimentos para o mercado interno. Somente para registro, a produção de Campo Novo cresce na média em 15% ao ano, e de acordo com a LCA, a economia de Mato Grosso deve crescer 10% em 2016, taxa chinesa de crescimento econômico.

Portanto, não é justo que Mato Grosso seja penalizado pela falta de projetos e investimentos na nossa infraestrutura, e ainda estamos pagando com vidas (de 2011 a 2013 pulamos de 1083 para 1162 acidentes, e claro, mais acidentes continuam a ocorrer).

Sabemos que os custos de escoamento da nossa produção para os portos do Brasil são os mais altos do país, quiçá do mundo (Frete Total para a China: Sorriso – US$ 190; Córdoba – US$ 102; Illinois – US$ 64) – então, temos uma situação grave, que exige um posicionamento muito forte das autoridades de Mato Grosso, parlamentares, setor produtivo, meios de comunicação e sociedade em geral, pois pelo fato de termos uma população relativamente pequena, não nos é dedicada a devida prioridade para os investimentos federais necessários para reverter este grave quadro, que pode até "matar a galinha dos ovos de ouro".

Enfim, na qualidade de presidente da ABIDES, iremos desenvolver uma campanha denunciando esta situação altamente negativa para o Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso.

Saudações Sustentáveis.

Everton Carvalho é engenheiro, presidente da Associação Brasileira de Integração e Desenvolvimento Sustentável

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