quinta-feira, 28/março/2024
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Mais de 20 obras de unidades de saúde estão paralisadas em Cuiabá

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Enquanto os cuiabanos sofrem com a realidade do atendimento da saúde em Cuiabá, 22 obras que poderiam reforçar a rede de atendimento estão paralisadas. Elas estão divididas entre Unidades Básicas de Saúde (UBS), Postos de Saúde da Família (PSF), Centros de Saúde, Postos de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento. Algumas delas, que já foram iniciadas e estão com mais de 50% das obras concluídas, tem recursos que foram repassados há mais sete anos ao município e ainda devem ser licitadas para a conclusão. Ao todo, em Cuiabá, existem 58 obras da saúde pública com status de paralisadas ou não iniciadas e somam mais de R$ 10 milhões em recursos.

Uma das obras paralisadas que tem feito falta a população é o UBS do bairro Jardim Imperial II. A unidade já está com 70% pronta e foi projetada para oferecer consultório médico e odontológico, com três equipes para cada especialidade. Quando pronta, deve atender mais de 25 mil pessoas na região.

Wendree Barbosa de Paula, 32, é morador do bairro há oito anos e relata que a unidade tem feito muita falta, porque é preciso ir longe atrás de atendimento. “Eu mesmo tenho duas filhas e preciso procurar unidades em outros bairros para o atendimento delas. Isso é revoltante quando a gente tem uma quase pronta”, relata.

Segundo ele, além da falta de atendimento, a região tem sofrido com o abandono da obra que deveria ter sido entregue em 2012, pois virou abrigo para marginais. “Constantemente tem pessoas pulando o muro. Entram no local para usar drogas e se esconder”.

Também moradora do bairro, Vilma da Silva Antonini, 58, conta que vários materiais da obra chegaram a ser furtados do local. “Já vi gente carregando telhas, tubulação e até mesmo tijolo, mas não adianta denunciar. Enquanto a obra não for terminada e entrar em funcionamento, o problema continua”. Situação semelhante é a UBS do Residencial Ilza Picoli. O local, que também está com as obras quase concluídas, está cheio de mato e tem gerado transtornos aos moradores.

Zoraide Leite Moreira, 64, mora em frente a unidade e conta que mantém a casa toda trancada, mesmo quando está no local. “Como direto marginais estão pulando o muro, a gente fica com medo, é melhor prevenir”.

Conforme ela, a obra é muito esperada pelos moradores que padecem sem a falta de atendimento. “Minha filha tem uma criança pequena e precisa procurar atendimento em outras unidades, mas muitas não aceitam atender moradores de outros bairros, pois alegam que já não estão conseguindo atender os moradores daquele bairro”.

Cuiabá tem cinco obras de saúde em andamento e com o cronograma em dia, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Entre elas está a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, com 72,77% dos trabalhos concluídos. A previsão é que seja inaugurada em abril.

Entre as demais obras em andamento está o novo Pronto-Socorro de Cuiabá que tem 30% dos trabalhos concluídos e, segundo a secretária de Saúde, Elizeth Araújo, apesar da conclusão estar prevista para dezembro desse ano, ainda não é possível confirmar a data. “Nós tivemos alguns problemas com atrasos de repasses e tudo isso acaba gerando atrasos na obra, mas os trabalhos estão em andamento”.

A UPA do Jardim Leblon é uma das mais atrasadas, com apenas 8% das obras concluídas, mas de acordo com a secretária nas próximas semanas a obra deverá avançar.

Quanto ao fechamento das policlínicas com a inauguração das UPA’s, a secretária explica que haverá uma readequação. “Essas unidades serão bem utilizadas como Centros de Especialidades. Serão espaços de referencia, com suporte a atenção básica, para realização de alguns exames prioritários e atividades terapêuticas como fisioterapia e atendimento psicológico”.

As outras obras que seguem os cronogramas de andamento são a reforma da unidade da Vigilância Sanitária com 72,7%, a Ala de Pediatria e infectologia do Pronto-Socorro de Cuiabá, que já foi inaugurada, mas as obras na infectologia continuam e estão em 40%.

Reconhecendo a falta que as unidades paralisadas fazem a população de Cuiabá, a secretária de Saúde, Elizeth Araújo, afirmou que todas devem ser retomadas nas próximas semanas, uma vez que a Prefeitura tem nove meses para concluí-las. Segundo Elizeth, até o dia 17 de março as ordens de serviços devem ser dadas para a retomada dos trabalhos.

Segundo ela, o motivo da paralisação depende de cada obra. Em alguns casos as empreiteiras abandonaram o canteiro, em outros houve atrasos nos repasses, mas tudo isso já foi revisto e as obras devem ser retomadas e terminadas ainda esse ano. “Nós tivemos um árduo trabalho tendo que justificar a situação de obra por obra para não precisarmos devolver os recursos que já foram disponibilizados. Tudo isso foi feito e resolvido”.

Mesmo assim, a secretária explicou que o prazo final para as obras é em nove meses e, portanto, todas estão na lista de prioridade. Para a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Eliana Siqueira, as obras paralisadas precisam ser terminadas, mas é necessário também uma atenção especial a algumas unidades que estão sem condições mínimas de atendimento. “Na Cohab São Gonçalo, por exemplo, os médicos estão trabalhando revezando porque a unidade só tem duas salas com condições de atendimento”.

Outro problema que precisa ser solucionado antes da inauguração de novas unidades, conforme Eliana, é a realização de concurso para médicos. “Do último concurso realizado em 2016, todos os profissionais estão trabalhando, portanto será necessário outro concurso”, avaliou.

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