sexta-feira, 26/abril/2024
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Cuiabá e Várzea Grande caem de posição no saneamento

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Dados atuais divulgados pelo Instituto Trata Brasil, que há oito anos faz o levantamento sobre as condições de água e esgoto nas 100 maiores cidades do país, mostram que, neste setor, tanto Cuiabá quanto Várzea Grande, que já não tinham posição privilegiada em anos anteriores no Ranking do Saneamento Básico, caíram um pouco mais. Cuiabá passou da 62ª posição para a 67ª e Várzea Grande saiu da 86ª posição para 93ª.

Várzea Grande, como aparece entre as 10 cidades em pior situação das 100 elencadas, participa do comparativo com outras 10 que, do contrário, se destacam nas primeiras posições no ranking. O comparativo é para comprovar que, se a questão da água e do esgoto vai mal em uma cidade, a população adoece mais. Esta é a primeira vez que o comparativo é incorporado à pesquisa.

Dados sobre o número de internações nas melhores e piores localidades por diarreia, dengue e leptospirose, relacionados às condições sanitárias, confirmam que água e esgoto são uma questão de saúde pública. De acordo com o Ranking do Saneamento, na capital mato-grossense só 48,83% do esgoto recebe o devido tratamento. Isso quer dizer que mais da metade dos detritos eliminados em vasos sanitários encanados ou através de fossas ou mesmo em fundos de quintal (51,17% do total produzido) segue in natura direto para o rio Cuiabá, que é o principal manancial inclusive abastecedor da região metropolitana, ou para córregos que deságuam no Cuiabá. Parte disso escorre pelas ruas e entra no subsolo. Em Várzea Grande a porcentagem é ainda menor, chegando a apenas 27,30%.

Quem enfrenta essa realidade é a aposentada Marieta Vaz de Paula, 75. Ela mora com a família do filho, na rua Peru, no bairro Parque das Nações, em Várzea Grande. No local, não tem nenhuma rede de esgoto. Moradores providenciam fossas, na maioria das vezes precárias e que transbordam, escoando nos meios fios, provocando forte mau cheiro, como na frente da casa da dona Marieta. “É uma imundície”, reclama. A netinha dela, Marcela, 5, só vive “encaroçada” e com feridinhas nas pernas. Já foi vítima de diarreia muitas vezes e dengue. Das três doenças consideradas pela pesquisa Trata Brasil só não contraiu a leptospirose, transmitida pela urina de rato. No entanto, a preocupação agora é justamente isso. “Aqui está uma epidemia, ninguém dorme nessa casa com a barulheira”, reclama Marieta.

A filha dela, Ana Gonçalina, que mora na rua São José do Rio Claro, ao lado, mostrou à reportagem uma série de poças que os detritos vindos das fossas vão formando por ali. “Se o leitor sentisse esse cheiro lendo a matéria ia entender na hora o que a gente passa”.

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