quinta-feira, 25/abril/2024
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Silval e empresário brigaram por dívida de R$ 40 milhões, revela trecho de decisão

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O dono da Piran Factoring, Valdir Piran, e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) chegaram às vias de fato, após o "agiota" tentar receber uma dívida de campanha no valor de R$ 40 milhões. A briga ocorreu em setembro de 2014, mas foi "abafada" pela equipe de comunicação da época.

Os detalhes constam na decisão da juíza Selma Rosane Santos Arruda, que acatou os argumentos dos delegados que conduzem as investigações e autorizou os mandados de prisões preventivas, buscas e apreensões e conduções coercitivas cumpridas na 4ª fase da Operação Sodoma deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz) nesta segunda-feira (26).

A reportagem confirmou com servidores lotados no Palácio Paiaguás a ocorrência da briga. Segundo relatos, os dois foram separados por seguranças e assessores.

Os mesmos servidores afirmam que Piran ia com frequência ao Paiaguás cobrar o então governador, até que "perdeu a paciência e partiu pra cima de Silval, que chegou a revidar arremessando cadeiras".

O esquema

Para pagar Piran, o ex-governador e o grupo “lavaram dinheiro” desviando milhões na desapropriação de um terreno 55 hectares no bairro Jardim Liberdade na capital no valor de R$ 31 milhões. Desse valor, R$ 15,8 milhões foram devolvidos ao grupo de Silval.

O delator e ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso  (Intermat), Afonso Dalberto, revelou que o ex-governador ficou com R$ 10 milhões para quitar a dívida com o agiota e o restante da propina foi dividido entre os ex-secretários Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, o procurador aposentado Chico Lima, o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves e o próprio Dalberto.

Nadaf também confirmou ter presenciado a briga entre Piran e Silval ocorreu no Palácio Paiaguás. “O interrogado tem medo de Valdir Piran, pois, sabe que é pessoa muito perigosa e agressiva, motivo pelo qual teme pela sua vida, bem como pela vida de sua família, pois já presenciou Piran tentando agredir o ex-governador dentro da Casa Civil”, diz trecho da juíza que considerou a declaração como chocante.

Pessoa perigosa

Parte da decisão classificou o agiota como sendo uma pessoa perigosa, reconhecidamente violento ao fazer cobranças. “Proprietário de empresas, dentre elas a Piran Factoring, é notoriamente conhecido pelo emprego de meios violentos de cobrança, desde a época em que Mato Grosso convivia com a Máfia da Cobrança”, consta na decisão.

A magistrada cita ainda que o empresário do ramo de factoring é investigado pela Polícia Federal na Operação Ararath e também já foi condenado a prisão por crimes financeiros, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

“Valdir Piran é pessoa que já se envolveu em vários episódios sombrios e emblemáticos em Mato Grosso e escândalos envolvendo o conhecido comendador João Arcanjo”, conclui a juíza.

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