sexta-feira, 29/março/2024
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Presos 22 em 7 cidades de Mato Grosso por fraudes em projetos e desvio de verbas

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A Polícia Judiciária Civil confirmou, esta tarde, que foram presos 22 dos 25 envolvidos em fraudes de projetos culturais em Mato Grosso que recebiam recursos públicos. As prisões foram em Cuiabá, Rondonópolis, Primavera do Leste, Nova Monte Verde, São José dos Quatro Marcos, Mirassol D Oeste e Paranatinga. A operação "Alexandria" foi feita pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração. Houve 7 buscas e apreensão. Todos os envolvidos identificados na investigação vão responder por crimes de bando ou quadrilha, peculato desvio, ameaça, crimes contra a fé pública e lavagem de dinheiro.

O inquérito policial foi instaurado em abril deste ano, com denúncia da Secretaria de Cultura do Estado, para apuram fraudes e desvios de recursos públicos obtidos por meio do Programa de Apoio à Cultura (Proac), da própria secretaria, apresentados nos anos 2012, 2013 e 2014. A assessoria da Polícia Civil informou, em nota, que "um dos principais articuladores do esquema é conselheiro, Alceu Marcial Cazarin, e sua mulher Elaine Cristina da Silva Naves, que segundo as investigações geriram projetos no valor de R$ 1 milhão, entre  os 3 anos".

"As fraudes deram início através da participação de um dos conselheiros, que estava captando pessoas e montando projetos culturais, utilizando de proponentes, de produtores culturais frios, pessoas que não eram produtoras culturais. A partir daí se montava toda uma documentação para aprovar projetos de música, de audiovisual, de dança, de vários gêneros", explicou o delegado Gianmarco Paccola Capoani, durante entrevista coletiva.

Segundo Paccola, foram analisados 541 projetos culturais, sendo 337 da Secretaria de Cultura de Mato Grosso, com movimentação total de R$ 15 milhões de recursos do Proac, dos quais a Polícia Civil identificou irregularidades em 49 projetos. Já na Secretaria de Cultura do município foram analisados 204 projetos com aproximadamente R$ 3,5 milhões em recursos públicos envolvidos. Destes 204, 08 apresentaram irregularidades. "A partir da  liberação desses recursos se transferia ou sacava esse dinheiro, em espécie no banco, e esse dinheiro era repassado em pouca quantidade ao proponente, 'laranja', e retornando ao conselheiro principal da quadrilha já identificado no inquérito", completou o delegado Paccola.

O delegado também informou que após a deflagração da operação, a Polícia Civil chegou a participação de um segundo conselheiro, que teria também lucrado com as fraudes em projetos culturais. "Tem um outro nome de um segundo conselheiro, que temos convicção de envolvimento nas fraudes", disse Paccola.  De acordo com Gianmarco Paccola há fortes indícios da existência de uma quadrilha que tem com "modus operandi"  a captação de pessoas “laranjas” e subsequente “montagem” de projetos culturais “frios”, seguindo-se de seus respectivos pagamentos pelos cofres públicos a estas “laranjas”, que por sua vez repassam quase a totalidade dos valores aos líderes do bando, os  quais contam ainda com o apoio de familiares para lavar o dinheiro. "Algumas pessoas têm envolvimento um pouco maior e algumas na abertura da conta e na movimentação financeira. Não são artistas, alguns tem ligações com a cultura, mas não são considerados produtores culturais. São pessoas de classe média, algumas mais simples, alguns mal saber ler, outras mais esclarecidas. Não tem um padrão", finalizou o delegado.

A operação leva o nome da cidade egípcia Alexandria, uma das cidades mais importante do mundo, fundada por Alexandre, o Grande. A cidade é considerada o celeiro da cultura e onde está a maior biblioteca do mundo, a Biblioteca de Alexandria.

Participaram também da entrevista, esta tarde, o delegado Rogers Elizandro Jarbas e os secretários de Cultura Fabiano Prates, do Estado, e Alberto Machado, do município.

A informação é da assessoria da Polícia Civil.

 

 

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