Diante da postura ativa que adotou em seu mandato como senador, mesmo sendo um governador de oposição à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), Pedro Taques (PDT) tem se tornado referência junto à equipe da petista. Dias antes da reunião realizada entre a presidente e governadores de todo o país para debater pautas ligadas à economia nacional, sendo a principal delas o ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy (foto), ligou para o governador de Mato Grosso pedindo apoio à pauta.
Levando em consideração sua capacidade técnica, já que antes de iniciar sua vida política, era Procurador da República, o ministro pediu a Taques que analisasse os vetos da presidente acerca dos projetos que podem acarretar em aumento de gastos para a União e, consequentemente, aos estados, e fizesse a interlocução junto ao Congresso Nacional e a bancada de Mato Grosso para manutenção da medida.
O governador se comprometeu a estudar os vetos propostos pela presidente, mas ponderou que a discussão deve ser uma via de mão dupla, com estados ajudando o governo federal, mas com a contrapartida da União a esse auxílio.
Após a reunião entre Dilma e os governadores na última quinta-feira (30), representando os governadores da região Centro-Oeste, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou que os gestores desses estados se comprometeram a fazer essa interlocução com o Congresso para a manutenção dos vetos.
Integram a bancada desses estados peças importantes para o debate, como o líder do governo no Senado, o senador Delcídio Amaral (PT-MS). De Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PR) responde pela liderança de seu partido na Casa.
Diante da crise econômica, a preocupação com um possível aumento de gastos fez com que até mesmos os governadores de oposição, como os do PSDB, manifestassem apoio à intenção da presidente de evitar a votação da chamada “pauta bomba”.
No entanto, aumentaram a pressão na cobrança pelo cumprimento dos compromissos firmados pelo governo federal junto aos estados, bem como a constitucionalização de repasses por parte da União, como o do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX) e ampliação do debate acerca do ajuste fiscal, para que os governadores sejam ouvidos antes da tomada de decisões por parte da presidente em temas que impactem na autonomia financeira dos estados.