quinta-feira, 28/março/2024
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Sinop: prefeitura esquece promessa e trecho que dá acesso a universidade continua sem ciclovia

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Após pouco mais de dois anos do acidente que tirou a vida da acadêmica Joana D’arc Gomes da Costa, 22 anos, centenas de estudantes, que utilizam a bicicleta como meio de transporte, ainda enfrentam riscos diários para percorrer o trecho das avenidas Júlio Campos e Alexandre Ferronato, entre a praça das Bandeiras e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com a morte da jovem, acadêmicos criaram um movimento cobrando a implantação de uma ciclovia, como forma de melhorar a segurança no local. Apesar da promessas feitas pela Secretaria de Trânsito, o projeto foi deixado de lado.

Valdeir dos Santos Souza, que coordenou o “Movimento Joana D’arc”, na época, explicou, ao Só Notícias, que as falhas que contribuíram para o acidente que vitimou a acadêmica, continuam até hoje. “Muitos estudantes fazem o trajeto em horários de pico, em meio a vários automóveis em alta velocidade. À noite, ainda têm a dificuldade de não ter iluminação e segurança na avenida. É muita força de vontade dos que enfrentam o medo todos os dias para estudar. Este perigo constante foi marcado com o falecimento da nossa colega Joana. Nem assim você vê uma agilidade ou preocupação do poder público”.

Segundo Valdeir, o movimento acabou se dispersando com a morosidade da prefeitura em cumprir a promessa de construir a ciclovia no trecho. “O poder público nos encheu de promessas, dizendo que iriam melhorar a avenida e que seria feita pelo menos uma ciclofaixa oficial. Nada aconteceu e, com isso, o movimento se desmobilizou, tendo em vista acreditar nos compromissos assumidos pela câmara e pela Secretaria de Trânsito. Parece que não dá para acreditar nos governantes, pois nem uma ciclofaixa se esforçaram em fazer, talvez esperem uma próxima fatalidade, e isso é muito triste de pensar”.

Joana foi atropelada por um caminhão, em abril de 2014, próximo ao viaduto da BR-163, na avenida Júlio Campos, quando retornava da UFMT, onde estudava Agronomia. De acordo com a Polícia Militar, a jovem estava de bicicleta e seguia sentido ao centro da cidade, quando foi atingida pelo caminhão baú Mercedes-Benz 915 branco, que trafegava pela rua colonizador Ênio Pipino. A bicicleta em que estava foi arrastada por ser cerca de 10 metros e ficou embaixo do caminhão. A estudante morreu na hora.

Chovia no momento do acidente e o caminhoneiro explicou, em depoimento à Polícia Civil, que, próximo à rotatória, "ao arrancar o caminhão", ouviu um barulho e parou alguns metros adiante. Ao descer, constatou que havia atropelado a jovem e acionou o Corpo de Bombeiros. Joana residia com religiosas, na avenida das Embaúbas, e estava bem próxima de se formar. Ela foi velada e sepultada em Santa Carmem.

Na última semana, a juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, responsável pela ação penal que investiga o acidente, marcou para 12 de julho a audiência para ouvir o motorista.

Outro lado
O secretário de Governo, José Pedro Serafini, confirmou que, na época, a ex-secretária de Trânsito Ivete Malmann, chegou a se reunir com os estudantes para discutir medidas de segurança no trecho, no entanto, disse que o assunto não evoluiu. “Não foi dado sequência pois, a parte direita da via, onde os acadêmicos pintaram, por conta própria, uma ciclofaixa, não se pode construir uma ciclovia, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), pois é um local destinado para estacionamento de carros”.

Serafini informou que ainda não há perspectiva para a ciclovia sair do papel. A previsão é que não seja construída ainda durante o mandato do prefeito Juarez Costa (PMDB), que se encerra no final deste ano. “Tem coisas que esta gestão não vai conseguir fazer, mas a intenção é deixar algum projeto pronto”, adiantou, sem, contudo, informar qualquer prazo.

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