A concessionária dos serviços de energia elétrica, Energisa, aguarda apenas a solicitação da prefeitura para fazer a mudança dos postes irregulares, localizados na rua B, do bairro Vitória Régia. Segundo a assessoria, o Executivo deve encaminhar o “croqui” do bairro, já com o arruamento novo. “É um procedimento simples. Basta encaminhar a documentação explicando como vai ficar o trecho, com o pedido para realocação de rede e a gente programa um dia para mudança no cabeamento e retirada dos postes do meio da rua”, explicou.
A assessoria afirmou ainda que a empresa pretende atender o pedido com rapidez, inclusive “fora dos prazos normais”, com o intuito de evitar novos acidentes no local, como o que matou o motociclista Nilson Pereira de Souza, 37 anos, em agosto de 2009. Por outro lado, a concessionária garante que, até o momento, o pedido da prefeitura não consta no sistema. “Vamos fazer com prioridade em, no máximo, 30 dias após o recebimento. Não significa que não tenha sido feita (a solicitação), mas ainda não está registrada no sistema”.
Outro lado – Só Notícias tentou contato com o engenheiro do Núcleo de Desenvolvimento Urbano de Sinop (Prodeurbs), Ronaldo Silva, indicado pela assessoria para falar sobre o assunto. O servidor, no entanto, não atendeu, nem retornou as ligações.
A própria assessoria da prefeitura, em contrapartida, afirma que o pedido já foi feito e que a Energisa teria solicitado um prazo para fazer a mudança somente após as chuvas. “Como o asfalto no bairro começa somente no ano que vem, concordamos”.
Conforme Só Notícias já informou, a prefeitura foi condenada a pagar R$ 50 mil de indenização para os três filhos de Nilson Pereira de Souza, que conduzia uma motocicleta Honda Titan, quando acabou colidindo com um poste localizado no meio da pista, e morreu na hora. A decisão é do juiz da 6ª Vara Cível, Mirko Vicenzo Gianotte, que entendeu que o município foi o responsável pelo acidente.
Pela sentença, a qual ainda cabe recurso, a prefeitura deverá pagar também, durante 25 anos, uma pensão de um terço da remuneração que Nilson recebia na época (cerca de R$ 600), para cada um dos fihos.
O motociclista seguia em direção à avenida André Maggi, quando, no cruzamento da rua B com Antônio Luciano Bortolozzo, colidiu contra o poste. Com a pancada, o capacete saiu da cabeça e Nilson morreu na hora. Ele trabalhava no setor de construção civil, era casado e foi sepultado em Colíder.
Mais de seis anos após o acidente que vitimou o pedreiro, os postes continuam localizados irregularmente, no meio da rua B. As colunas de sustentação da rede de iluminação foram instaladas no Vitória Régia há vários anos e consta no processo que a concessionária seguiu o projeto de loteamento aprovado pela prefeitura. Com o tempo, a distância entre as duas colunas ficou estreita para o fluxo de veículos no local e, uma vez que a rua não tem pavimentação ou meio-fio, os motoristas começaram a passar pelo terreno ao lado, o que expandiu a via e deixou os postes no meio do caminho.