quinta-feira, 28/março/2024
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MT tem mais de 60 quilômetros de ruas com homenagens a personagens da ditadura, diz levantamento

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Um levantamento feito pela Agência Pública, com base em dados publicados pelo Open Street (uma plataforma colaborativa em que cada usuário pode adicionar e atualizar informações sobre localizações geográficas e endereços), mostrou que Mato Grosso tem 62,2 quilômetros de ruas e avenidas homenageando militares ligados a ditadura (1964-1985). O mesmo relatório aponta ainda que o Estado faz referencia a vítimas do período em apenas 1,4 quilômetro.

O levantamento cita, por exemplo, ruas nomeadas em Mato Grosso com o nome do marechal Castelo Branco, que foi o primeiro militar a assumir o poder. Durante seu governo, o Congresso Nacional foi fechado e os partidos políticos proibidos. Em Mato Grosso, foram batizadas ruas com o nome do marechal em Sorriso, Juara, Nova Olímpia, Porto Estrela, Cáceres, Cuiabá, Barra do Garças e Nova Xavantina.

Na região metropolitana de Mato Grosso (Cuiabá e Várzea Grande), também foram homenageados o ex-ministro da Aeronáutica, Eduardo Gomes, e os ex-presidentes Emílio Garrastazu Médici, e Costa e Silva. Costa e Silva também teve o nome batizado em ruas em Nova Olímpia, Rondonópolis e Cáceres. Em Rondonópolis também há referência ao ex-presidente Médici. Em Guiratinga, a homenagem é ao ex-presidente Ernesto Geisel.

Conforme o levantamento da Pública, apenas uma rua em Mato Grosso faz referência a vítimas da ditadura. Ela fica em Barra do Garças e homenageia o cabo da Marinha, José Manoel da Silva. Ele foi expulso da corporação por participar de uma revolta em 1964. Também participou de guerrilhas no Nordeste acabou assassinado em 1973.

Segundo a Agência Pública, no Brasil, são 160 km homenageando os que tombaram pela mão do regime militar contra mais de 2000 km de vias que fazem referência aos algozes de acordo com o mapeamento feito nas ruas de todos os estados brasileiros. A publicação ressalta que o mapeamento não é preciso. “Há inconsistências na padronização dos nomes e, principalmente, algumas das vias são representadas por mais de um item, o que impossibilita um contagem precisa do número de logradouros”. 

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