sexta-feira, 29/março/2024
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Empresários retomam bloqueio ao acesso de usina no Nortão

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Cerca de 200 comerciantes e representantes da União dos Comércios de Paranaíta (350 quilômetros de Sinop) voltaram a interditar, esta manhã, uma estrada rural que dá acesso à Usina Hidrelétrica (UHE) São Manoel, que está sendo construída no município. O bloqueio é feito com pneus e uma corda. A Polícia Militar acompanha a manifestação para evitar conflitos entre os moradores e os funcionários da usina. Apenas os caminhões da empresa responsável pelas obras estão sendo impedidos de trafegarem pelo local. Segundo uma fonte de Só Notícias, fazendeiros e sitiantes aderiram ao movimento.

A principal reclamação é em relação aos pagamentos dos funcionários da empresa que, segundo o presidente da câmara do município, José Domingos, o “Biro”, estão sendo feitos em Alta Floresta. “Os funcionários têm livre arbítrio para gastarem onde quiserem, mas entendemos que o pagamento deveria ser feito em Paranaíta. Da forma como está, o comércio perde muito. Jacareacanga (PA) recebeu compensações, enquanto tivemos poucas. Agora há esta questão dos pagamentos em Alta Floresta. Algo tem que ficar para nós”.

Uma reunião para discutir as reivindicações do comércio local estava agendada para ocorrer, ontem. No entanto, nenhum representante do empreendimento apareceu, o que revoltou os empresários, que seguiram direto para a estrada de acesso à usina. “Estamos descontentes, pois o ônus da obra fica para o município, enquanto que as compensações vão para outros lugares”, disse, Biro, ao Só Notícias.

Conforme Só Notícias já informou, ainda esta semana, o governador Pedro Taques recebeu demandas da região norte durante reunião com o deputado estadual Romoaldo Junior e o prefeito de Paranaíta, Tony Rufatto. Entre vários assuntos, eles discutiram os impactos trazidos pelas duas usinas hidrelétricas da região. Romoaldo explicou que as duas usinas, a de Teles Pires, que já está pronta, e a de São Manoel, que deve ser finalizada em 2018, sofrem com problemas de limites do município.

O prefeito também reclamou que “por um erro de demarcação por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)” as áreas das usinas aparecem como pertencentes ao Pará, que estaria recebendo a maior parte das compensações. Segundo ele, Jacareacanga não pretende abrir mão dos recursos e com isso todo o impacto da construção fica para Paranaíta. Conforme o prefeito, os cofres estaduais e municipais deixam de arrecadar R$ 33 milhões em São Manoel, em razão do que considerou “a injusta” divisão das compensações.

Outro lado

A Empresa de Energia São Manoel (EESM), responsável pela usina, informou que “fica a critério dos colaboradores a escolha do banco para receberem os salários em dia de pagamento como também a opção em decidir o translado para Alta Floresta ou Paranaíta. O empreendedor não possui meios legais que justifiquem impor ao trabalhador a realização da movimentação financeira somente em Paranaíta ou em qualquer outra cidade específica”.

Segundo a nota enviada à imprensa, o canteiro de obras da São Manoel conta, atualmente, com cerca de cinco mil colaboradores em áreas como construção civil, montagem e eletromecânica. “Deste efetivo de mão-de-obra, a maioria possui contas abertas em agências bancárias de Paranaíta em relação a qualquer outra cidade. Além dos colaboradores que utilizam o comércio de Paranaíta, a EESM mantém relações comerciais com cerca de 154 estabelecimentos de diversos segmentos no município”.

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