sábado, 20/abril/2024
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Denúncia aponta que Silval Barbosa “extorquiu” R$ 17 milhões de empresa

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A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE) afirmaram que uma "quadrilha" se instalou no governo de Mato Grosso durante a gestão passada e a mesma era chefiada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), acusado de receber R$ 17,6 milhões em propina somente da empresa Consignum. A exigência de vantagem indevida aos empresários Fábio Drumond Formiga e Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, bem como a prática de fraude à licitação por parte da organização criminosa, foi um dos alvos de investigação da 3ª fase da operação Sodoma, ontem, que resultou na prisão do médico e empresário Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do ex-governador. O Ministério Público Estadual denunciou 17 pessoas em uma nova ação penal. Além de apontar Silval como o chefe, o MPE afirma que a quadrilha agia em conluio com o ex-deputado estadual José Riva e o empresário e bacharel em direito Tiago Dorileo.

Consta na denúncia do MPE que foi apurado pela Defaz que ao longo do período de março de 2011 a dezembro de 2014, o empresário Willians, dono da empresa Consignum, que mantinha contratado com o Estado e era responsável por gerenciar a margem de empréstimo consignado que os servidores públicos tinham direito, pagou à quadrilha e a José Riva a importância aproximada de R$ 17,6 milhões.

Para se chegar a esses valores as investigações consideraram o valor mínimo de propina de R$ 500 mil, sendo que este valor variou até R$ 700 mil, e ainda a interrupção de pagamentos estimada em 8 meses. Os desdobramentos das investigações são resultados de delações premiadas feitas pelo ex-secretário de Administração César Roberto Zílio e o ex-adjunto da pasta, Pedro Elias Domingos de Mello, além da colaboração do empresário Willians Mischur. Os 3 foram presos anteriormente, na Operação Sodoma, mas foram colocados em liberdade por colaborarem com as investigações.

A exemplo de Mischur, que já tinha afirmado que era “obrigado” a pagar propina para a quadrilha a mando de Silval, Zílio também revelou aos delegados que investigam o caso, que de fato, o ex-governador era o chefe do esquema e exigia que os empresários pagassem propina para que os contratos que mantinham com o Estado não fossem encerrados.

César Zílio revelou que nos primeiros dias da administração de Silval já ocupando o cargo de secretário de Administração, foi chamado ao gabinete do governador quando Silval pessoalmente lhe orientou a procurar o proprietário da empresa Consignum e lhe exigir o pagamento de vantagem indevida, sob o argumento de que o empresário precisava ajudar no pagamento das dívidas da campanha eleitoral para governador em 2010.

Seguindo a determinação, Zilio solicitou a presença do empresário Willians Paulo na sede da SAD e, em seu gabinete, falando em nome do então governador, agindo no interesse da quadrilha, condicionou a continuidade dos serviços executados pela Consignum ao pagamento mensal de vantagem indevida, justificando a exigência para saldar dívidas de campanha.

“Importante observar que, naquela ocasião, o contrato firmado com a empresa de Willians estava com o prazo de validade expirando, sendo possível sua prorrogação e, de forma astuta, a organização criminosa aproveitou esta situação, qual seja, o necessário aditamento contratual, para fazer com que o empresário se submetesse a sua vontade”, diz trecho da denúncia.

Por sua vez, Mischur relatou que perder o contrato vigente àquela época implicava em grande prejuízo ao seus negócios, pois havia realizado investimentos significativos desenvolvendo softwares que aumentaram a segurança das operações financeiras realizadas, evitando fraudes que no passado eram comuns e acarretavam prejuízos aos bancos e tomadores dos empréstimos. Esclareceu, ainda, que se fosse formalizada a noticiada rescisão, além de perder o contrato em Mato Grosso, poderia ter a imagem de sua empresa maculada junto às outras unidades da federação nas quais presta serviços, abalando sua reputação junto aos estabelecimentos bancários, e comprometendo, portanto, inúmeros outros contratos.

“Frente a tais considerações se viu obrigado a atender a exigência criminosa. Afirmou que na ocasião também foi firmado que os pagamentos seriam realizados até a dívida da campanha de governador/2010 ser paga , todavia, se estendeu ao longo de todo o mandato de Silval Barbosa”. O empresário Willians Mischur não foi denunciado pelo Ministério Público.

(Atualizada às 17:51h)

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