sábado, 27/abril/2024
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Cesariana é usada em mais de 60% dos partos em Mato Grosso

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Partos cesáreos ainda são maioria em Mato Grosso, sendo o método utilizado em 61% dos nascimentos em 2017. Também é a realidade na Capital e em Várzea Grande, que tiveram 57,1% e 56,6%, respectivamente, dos partos por este procedimento. Os percentuais estão muito acima do índice preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de no máximo 15% dos nascidos por cesáreas.

Os dados dão da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e apontam que de janeiro a dezembro do ano passado foram feitos 56,851 mil partos. Destes, 35 mil foram realizados por meio de cesáreas e 21,7 mil normais. Em Cuiabá foram 10,390 mil, sendo 5,943 mil cesáreas. Em Várzea Grande 4,878 mil partos foram realizados, e deste total, 2,763 mil por cesarianas.

Técnica da área da Saúde da Mulher, Aline Régia afirma que de forma geral os dados representam os partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também pela rede particular. Quando considerado apenas o SUS, os partos em sua maioria são normais, chegando entorno de 52% em 2017. Mas mesmo com esse índice, que não é considerado ruim, Mato Grosso está fora das diretrizes, por isso estão sendo desenvolvidas estratégias para que o número de partos naturais aumente no Estado.

A mudança no tipo de parto envolve diversos fatores segundo a técnica de Saúde, entre eles está a mudança cultural e de dinâmica de serviços. Ela lembra que os hospitais recebem muitas mulheres para o parto e a cesariana agendada favorece a rotina. Há também a questão do financiamento, já que os valores pagos por uma cesárea ou um parto normal são quase os mesmos no SUS. Além disso, há a questão de formação dos médicos, que em sua maioria saem especialistas na realização de cirurgias.

 

Diante deste cenário, o Ministério da Saúde lançou duas estratégias significativas para a mudança necessária, o projeto Apice On -Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia, para trabalhar a formação dos médicos nos hospitais universitários, para que o incentivo ao parto normal seja desde a formação doe profissional. O projeto também estimula a formação de enfermeiras obstetras. Segundo Aline é reconhecido que os locais onde há enfermeiras obstétricas atuando os partos normais são crescentes. Além do Apice On, o ministério junto à Agência Nacional de Saúde (ANS) trabalha nos hospitais privados o projeto Parto Seguro, que consiste na conscientização dos profissionais e das mulheres para diminuir o número de cesáreas.

 

Em Mato Grosso 2 hospitais foram escolhidos para a implantação do projeto Apice On, o Hospital Geral Universitário (HGU) e o Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). No 2º, a enfermeira obstétrica Débora Prado explica que a implantação começou em outubro do ano passado e já apresentou melhora no atendimento às gestantes e aos bebês. Ela lembra que o projeto não só vai diminuir o número de cesarianas, como também melhorar a assistência dada pela unidade. As mudanças vão desde a implantação de práticas humanizadas no atendimento e nascimento, até o acolhimento da mãe e do bebê, segurança, UTI Neonatal, e outras medidas que incentivam o parto natural.

Débora ressalta que o projeto traz mais protagonismo às enfermeiras obstétricas que acompanham o parto e ajudam desde a preparação fisiológica da mãe até o cuidado e a assistência do parto e pós-parto.

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