sexta-feira, 19/abril/2024
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Atropelamentos crescem 17% na capital este ano

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Tendo como foco a proteção aos pedestres e a redução no número de acidentes, a Semana Nacional de Trânsito começa nesta quinta-feira (18) em todo o país. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que em Cuiabá a taxa de atropelamentos teve um aumento de quase 17% no primeiro semestre de 2014 em relação ao ano passado. Os números reforçam a necessidade de voltar as atenções aos pedestres, conforme previsto no tema definido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), “Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”.

Apesar do crescimento na quantidade de atropelamentos, a Capital apresenta redução de 25% no índice de colisões e 22% na taxa de choque entre veículos. Já em Várzea Grande, a diminuição na quantidade de colisões foi ainda maior, chegando a 38%. Ações como a operação “Lei Seca” no Estado e a implantação de radares em Cuiabá são apontadas como fatores que têm contribuído para a melhora no trânsito das cidades.

Para o presidente da Associação das Famílias Vítimas de Violência, Heitor Reis, o crescimento na quantidade de acidentes envolvendo pedestres é a prova de que o trânsito não atende a essa faixa da população. Segundo ele, é preciso que os governos invistam mais na defesa daqueles que andam pelas ruas. De janeiro a junho deste ano, 97 atropelamentos foram registrados em Cuiabá, já em 2013, o número foi de 83 casos. Em Várzea Grande, houve uma redução de 29 para 16 pessoas atropeladas.

“Aqui na capital, o trânsito não é visto para o pedestre. A prioridade são os veículos e não as pessoas. Você não vê, por exemplo, em avenidas com alto índice de acidentes envolvendo pedestres, como a Fernando Corrêa e a do CPA, sinalização específica. Nesses locais deveriam ser colocadas placas e faixas em maior quantidade para evitar que pessoas sejam atropeladas ou precisem se arriscar para atravessar”.

A implantação do sistema de radares em Cuiabá, de acordo com Reis, é uma vitória na luta pela redução no número de acidentes de trânsito e pauta solicitada há anos por entidades e organizações do setor. Porém, segundo ele, outras ações visando a conscientização dos motoristas ainda devem ser realizadas. “Outra iniciativa que já cobramos é que a partir de determinado número de pontos perdidos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o condutor seja obrigado a voltar para a escola de trânsito. Ele precisa ter acesso novamente às leis para saber onde está  errando e como pode mudar”.

O coordenador de Educação para o Trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito (SMTU), Jadyr Lima de Moraes, afirma que desde a instalação dos primeiros aparelhos em Cuiabá, uma mudança no comportamento dos motoristas já foi observada. Segundo ele, a expectativa da pasta é que após a implantação definitiva do sistema, o número de acidentes diminua na capital. “Os radares estão sendo colocados justamente onde a taxa de acidentes é alta. Muitos reduzem a velocidade ao passar pelos equipamentos, mesmo que eles não estejam funcionando. Com o tempo, todos estarão sabendo e a tendência é que haja uma mudança na rotina e na conduta dos motoristas”.

Sobre o tema da Semana Nacional de Trânsito deste ano “Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”, o gerente de ação educativa da Escola Pública de Trânsito do Detran/MT, José Eudes Malhado, explica que a orientação do Contran é para que a abordagem não seja restrita somente a faixas de pedestres e sinalização de forma “simplista”. Segundo ele, a intenção é ampliar o debate sobre outros assuntos, como a segurança nas vias públicas, acessibilidade e estrutura das cidades. “Todo mundo é pedestre, até mesmo os motoristas. A partir do momento em que você sai do carro, passa a ser pedestre. Assim como quem anda a pé, pode vir um dia a utilizar um veículo também. É importante que eu me coloque no lugar do outro para entender as dificuldades de cada um. Um bom pedestre vai ser um bom condutor e vice-versa”.

De acordo com o Contran, o tema atende ao artigo 29 do 2º Código de Trânsito Brasileiro, onde está previsto que “os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”.

Para a comandante do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário (BPMTran), tenente-coronel Grazielle Bugalho, o pedestre é a parte mais frágil do trânsito. Segundo ela, um dos objetivos da Semana Nacional é incentivar a mudança no comportamento de condutores e pedestres também. “A população tem que ter consciência de que o veículo é meu, mas as vias são públicas. É necessário aprender a compartilhar o espaço público de forma correta. Tanto motoristas precisam se conscientizar, quanto pedestres, por exemplo, que atravessam em qualquer lugar, se expondo a acidentes”.

A tenente-coronel acrescenta a implantação da operação “Lei Seca” desde o início deste ano como uma das ferramentas de melhoria no trânsito. “A função da Lei Seca não é aplicar multas em motoristas, mas realmente impor a conscientização. Se não houver fiscalização, as coisas não funcionam porque, infelizmente, muitos condutores ainda não têm a postura de deixar de dirigir depois de beber. Isso só tem acontecido pelo receio em ser multado”.

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