sexta-feira, 19/abril/2024
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Alimentos encarecem até 252% após greve dos caminhoneiros em Mato Grosso

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Alimentos perecíveis até 252,9% mais caros e gás de cozinha com alta de 21% foram verificados em Mato Grosso, ontem, 4º dia da paralisação dos caminhoneiros e empresas transportadoras de cargas. Caminhões deixaram de carregar produtos e aqueles em tráfego foram parados pelos profissionais desde a segunda-feira, início dos protestos em todo o país. Em Mato Grosso, os pontos de bloqueios rodoviários continuam. Hoje, são 26 pontos bloqueados.

A paralisação dos caminhões esvaziou o Terminal Atacadista de Cuiabá, central de abastecimento de frutas, legumes e verduras e que supre a demanda dos varejistas nos 141 municípios do Estado. Sem produtos para vender e à espera dos caminhões carregados que estão parados em diversas regiões do país, comerciantes reforçaram o protesto iniciado pelos transportadores de cargas.

De acordo com a presidente do Terminal Atacadista, Marilda Fátima Giraldelli, o local acomoda 220 pontos de revendas de hortifruti, sendo que 70% fecharam as portas por falta de produtos. “Não tem laranja, batata e até tomate está acabando. Sobrou um pouco de algumas frutas importadas. Mas, somos favoráveis ao protesto. Tem que mudar essa situação de imposto alto, falta de segurança e desemprego para maioria da população, enquanto alguns poucos enriquecem”.

O fornecimento de alimentos para os clientes do comerciante Jonas Garcia da Silva Júnior era assegurado com a frota de 15 caminhões, atualmente parados. “Despacho carregamentos para a região do Araguaia e para o Norte de Mato Grosso, mas tenho caminhões carregados e parados há 4 dias no Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná”. Com isso, os produtos que estavam disponíveis no box atacadista mais que dobraram de preço. Cotação realizada no local aponta que a batata foi o alimento que mais encareceu, com alta acumulada de 252,94% em menos de uma semana, ao passar de R$ 85 (50 kg) para R$ 300. Outros itens com altas expressivas nos últimos 5 dias são tomate e cebola.

No atacado, o saco de 20 kg do tomate dobrou de R$ 65 para R$ 130. Da mesma forma, a cebola encareceu em 38,4% e o saco de 20 kg chega a R$ 90, ante R$ 65 no início da semana. Entre as frutas, destaca-se como item mais caro no momento a laranja, com o saco de 15 kg vendido a R$ 48 atualmente, enquanto na segunda-feira custava R$ 25 na central atacadista.

O presidente da Associação Matogrossense dos Atacadistas e Distribuidores (Amad), João Carlos Sborchia, complementa que os veículos carregados com produtos diversos em deslocamento para Mato Grosso não conseguem chegar ao destino final e aqueles que tentam remeter os itens para o interior também não seguem devido aos bloqueios rodoviários. Conforme ele, a paralisação das rodovias provoca apreensão porque os distribuidores têm produtos estocados, mas não conseguem entregá-los. “Ainda não foi feito reajuste nenhum. Estamos aguardando. Fatalmente não havendo diminuição no preço dos combustíveis teremos aumento dos outros produtos, porque será preciso repassar”.

A falta no atacado já reflete no varejo, segundo a Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat). Itens como carnes e verduras estão em falta em alguns estabelecimentos no Estado. A entidade não informou em quais municípios foram identificadas a escassez de alimentos. Quanto ao reajuste de preços, foram observadas alterações nos valores da batata e tomate.

Em Cuiabá, o botijão de 13 kg do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) encontrado por até R$ 95, agora chega a custar R$ 115, variação de 21,05%.

Segundo o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás (Sinergás) em Mato Grosso, algumas distribuidoras já não têm mais GLP para repassar às revendas e a previsão é zerar os estoques ainda hoje. Por enquanto, a orientação do Sinergás é no sentido de manutenção dos preços do GLP, afirma o presidente da entidade, Alan Rener Tavares.

Em mais uma ação contra a alta no preço do óleo diesel, cerca de 350 caminhoneiros saíram em carreata do ponto de concentração no Distrito Industrial de Cuiabá e percorreram a cidade até o Centro Político e Administrativo para uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB) para reivindicar mudanças na tributação sobre os combustíveis.

No Palácio Paiaguás, os manifestantes reclamaram que o governador só os receberia se dessem os celulares para que a reunião não fosse gravada. Insatisfeitos com o pedido, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, e os demais manifestantes não participaram da reunião. Segundo o Gabinete de Comunicação do Governo de Mato Grosso uma reunião foi agendada para a próxima segunda-feira. A categoria nega.

A Secretaria de Estado de Fazenda (sefaz), aponta que a alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o óleo diesel é de 17%, de 25% para a gasolina e de 12% para os biocombustíveis. O etanol hidratado tem alíquota de 10,5% e o anidro é diferido, com cobrança junto com a gasolina.

A Pasta informa ainda que a venda de combustíveis em Mato Grosso é tributada com base no Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF). É sobre esse valor médio praticado pelo mercado que incide a cobrança do ICMS. “A Sefaz esclarece ainda que o setor que compõe a cadeia de combustíveis não será onerado com a criação do Fundo Emergencial de Estabilização Fiscal (FEEF), pois não contribuirá com o mesmo, conforme prevê o projeto de lei elaborado pelo executivo.

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