quinta-feira, 18/abril/2024
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Número de empresas fechadas supera aberturas em Mato Grosso

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Em menos de 2 anos, 3,365 mil empresas foram encerradas ou extintas em Mato Grosso, entre sedes e filiais. O total de empreendimentos cancelados supera a abertura de novos negócios, que somam 2,481 mil desde janeiro de 2015 até agora. O setor que mais encolheu no período foi o varejo de vestuário e calçados, com 1,916 mil empresas fechadas, contra 652 abertas/constituídas em todo o Estado. “Ainda há tendência de fechamento de empresas, especialmente daquelas que não têm fluxo de caixa, porque o juro está alto e não há crédito. Com a queda nas vendas, elas perdem a capacidade de contratar empréstimo e pagá-lo”, comenta o presidente do Sindicato do Comércio de Tecidos, Confecções e Afins de Mato Grosso (Sincotec).

A saída para impedir o enfraquecimento dos negócios é o aumento do consumo e a oferta do crédito, avalia o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), Roberto Peron. Contudo, para este ano Peron vislumbra uma perspectiva ínfima de mudança na atual realidade. “O crescimento econômico precisa ser retomado com alicerce, uma canetada não resolve o problema. É preciso retomar a confiança da classe empresarial”.

Também chama a atenção a quantidade de estabelecimentos que encerraram as atividades no varejo de veículos e autopeças: foram 205 empresas excluídas do mercado. Contudo, o número se manteve inferior às constituições de novos negócios no ramo, que somaram 343 desde o penúltimo janeiro, conforme levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Como relembra o gerente executivo da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em Mato Grosso, Ricardo Marchesin, em todo o país foram fechadas em torno de 1,3 mil empresas do ramo o que resultou na extinção de milhares de postos de trabalho. Em 2015, 18 empresas cerraram as portas no Estado e este ano, desde janeiro já são 7. Com a saída dessas concessionárias do mercado local, cerca de 700 trabalhadores perderam o emprego nos últimos 15 meses, calcula.

Atualmente permanecem associadas à Fenabrave cerca de 150 concessionárias e algumas mantêm até 200 colaboradores. As dificuldades enfrentadas para continuar na atividade são muitas, diz ele. “Algumas mal conseguem pagar a conta de energia elétrica”. Aquelas que resistiram à crise são empresas que ainda tinham como cortar gastos e se adequaram à nova realidade: diminuíram o quadro de funcionários, o gasto com combustível e abdicaram até de “test drive”, exemplifica ele. “Estou nesse ramo há 34 anos e pela 1ª vez ouço amigos vendedores dizendo que não estão vendendo nada”.

Ainda assim, afirma que é possível reverter as baixas desde que o cenário econômico mude. Mas, os comerciantes mato-grossenses temem a aplicação das novas regras de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com a vigência do Decreto 380/2015, a partir de janeiro do próximo ano, observa Marchesin. De acordo com o presidente da União dos Lojistas de Shopping Centers (Unishop), Junior Macagnam, para alguns segmentos varejistas o custo de ICMS será 60% mais alto. “Os custos subiram muito acima da inflação, os juros aumentaram e os financiamentos ficaram mais difíceis”.

Com atuação na área de informática e comunicação foram encerradas ou extintas 173 empresas, ante 114 abertas/constituídas. O varejo de materiais para construção, apesar do recuo nas vendas durante o 1º semestre deste ano, expandiu com 170 novas empresas, que surgiram desde janeiro de 2015. Nesse intervalo foram extintas 108 lojas. Outro segmento que experimentou a diminuição no volume de vendas foi o comércio varejista de combustíveis.

Ainda assim, 267 postos de revenda foram abertos ou constituídos em todo o Estado, desde o início do ano passado. Encerraram as atividades 86 estabelecimentos. A concorrência no varejo de móveis e eletrodomésticos aumentou com o surgimento de 350 novas empresas nos últimos 19 meses. Nesse período, 211 estabelecimentos fecharam as portas. Já no ramo varejista de farmácias e perfumarias, as baixas superaram as inaugurações.

Foram extintos ou encerrados 409 estabelecimentos de janeiro de 2015 a julho deste ano. Intervalo este que acumulou 338 aberturas/constituições em todo o Estado. Outro setor retraído desde o início do ano passado é o varejo de livrarias e papelarias, com 87 empresas extintas ou encerradas. A quantidade de constituições e aberturas de novos negócios do ramo somou 59, segundo dados da Sedec.

Mato Grosso é o 8º estado brasileiro com maior número de extinções de empresas do varejo no 1º semestre deste ano, com 1,934 mil estabelecimentos fechados. Diagnóstico elaborado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), revela que São Paulo lidera o “deficit” com 19,970 mil empresas excluídas, seguido por Minas Gerais (-6,860 mil), Rio de Janeiro (-6,645 mil), Paraná (-5,419 mil), Rio Grande do Sul (-5,194 mil), Santa Catarina (-3,701 mil) e Goiás (-2,292 mil).

Nesse grupo, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro apresentaram aumento nos fechamentos em comparação com o 2º semestre de 2015, respectivamente de 4,82%, 2% e 4,82%. Já em relação ao 1º semestre de 2015, o número de empresas que fechou as portas em Mato Grosso cresceu 446,32%. De janeiro a junho do ano passado foram extintos 354 empreendimentos no Estado. “Foram fechadas 19,1 mil microempresas (no Brasil). Atribuímos isso ao fenômeno do empreendedorismo por necessidade”, observa o economista da CNC, Fábio Bentes.

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