sexta-feira, 29/março/2024
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Pra que futuro ?

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O que é mais escandaloso: a privatização ilegal da Petrobras pelo PT; a reação do governo em relação a isso; ou a postura dos eleitores em relação à corrupção? É óbvio que tudo é escandaloso mas uns são piores que os outros. O uso da Petrobras pelo PT não é diferente ao uso que o partido faz dos Correios e dos bancos estatais. Como se esse patrimônio não fosse do povo brasileiro, mas do partido no poder. Como os fins justificam os meios, segundo o princípio da ausência de ética, já que o dinheiro vai para a campanha eleitoral que, por sua vez, serve para permanecer no poder, isso é considerado normal. Afinal, o povo está distante dessas questões e perto do bolsa-família.

A reação do governo tem sido baseada no princípio acima, de que o povo está distante dessas questões. O governo finge uma coisa e faz outra. Enquanto se mobiliza para blindar o delator premiado na CPI e enquanto esvazia a investigação parlamentar sobre Petrobras; enquanto procura intimidar os delegados federais da operação lava-jato, a Presidente e seu Ministro da Justiça falam em ter dado ordens à Polícia para ser firme. Ora, os dois sabem que a Polícia Federal é orgão do estado brasileiro, não do governo, assim como o Ministério Público e o Judiciário. Aliás, ainda há juízes no Brasil. Se quisesse mesmo investigar, a Presidente teria há muito mobilizado a Corregedoria Geral da União e os órgãos de controle interno da Petrobras. Só estão fazendo isso agora, para efeito de vitrine.

E da Austrália a Presidente ainda deu sinais que não quer a revisão de todos os contratos com as empreiteiras envolvidas, como quer o TCU. Como assim? Elas não são suspeitas? A Presidente deve saber. Afinal, ela foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras enquanto as propinas corriam soltas. O então presidente Lula, que nada sabia do Mensalão, obviamente nada sabia sobre o propinoduto da Petrobras. Casos óbvios de autismo. Agora o Conselho da Petrobrás quer ação civil contra o então presidente Gabrielli, pela compra desastrada de Pasadena. Para afastar as cobranças da então presidente do Conselho, Ministra Dilma.

O pior fica para o fim: a reação dos eleitores. A operação lava-jato veio a público em março. Desde então, o país inteiro sabe o que se passou na Petrobras. Também sabe, pela TV, rádio, jornais, do afundamento da economia brasileira por desastres administrativos do governo. Corrupção e incompetência têm sido o binômio dos noticiários por meses, com situação cada vez pior. Preços sobem, endividamento familiar piora, juros se elevam, a atividade econômica encolhe levando os empregos, mas 53 milhões de eleitores aprovam tudo e 39 milhões lavam as mãos como Pilatos e não votam. Devem estar gostando. Gente indignada marca manifestações contra a corrupção e aparecem uns poucos milhares; multidões incomparavelmente maiores prestigiam parada gay ou partidas de futebol. A maioria não liga mesmo para seu próprio futuro ou de seus filhos. Mas prá que futuro, se têm bolsa de presente?

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